A PrEP injetável representa um avanço significativo na luta contra o HIV no Brasil e no mundo. Essa opção de profilaxia pré-exposição oferece uma alternativa conveniente e eficaz para pessoas em risco de infecção, eliminando a necessidade de tomar medicamentos diariamente. Com a aprovação pela Anvisa em 2023 e o lançamento no mercado brasileiro em agosto de 2025, essa tecnologia marca um novo capítulo nas estratégias de prevenção ao HIV.
No Brasil, onde foram registrados mais de 46 mil novos casos de HIV em 2023, a chegada dessa inovação representa esperança para milhares de pessoas, especialmente aquelas que enfrentam dificuldades com a adesão aos comprimidos diários. Vamos explorar em detalhes como funciona essa nova ferramenta de prevenção e seu potencial impacto na saúde pública brasileira.
O Que é a PrEP Injetável?

A PrEP injetável é uma forma de prevenção ao HIV que utiliza injeções intramusculares de longa duração. Diferentemente das pílulas diárias tradicionais, a versão injetável libera o medicamento de forma gradual e contínua no organismo, oferecendo proteção por até dois meses com uma única aplicação.
O medicamento PrEP injetável pertence à classe dos inibidores da integrase do HIV, atuando para bloquear uma enzima essencial que o vírus precisa para se multiplicar no corpo humano. Quando administrado preventivamente, ele cria uma barreira química que impede que o HIV estabeleça uma infecção caso a pessoa seja exposta ao vírus.
Esta modalidade surgiu de extensas pesquisas internacionais e foi aprovada pela Anvisa em junho de 2023, chegando ao mercado brasileiro em agosto de 2025. Ela atende especialmente pessoas que preferem menos intervenções diárias em suas rotinas, mantendo sua privacidade e autonomia na gestão da própria saúde.
No contexto brasileiro, onde a epidemia de HIV continua sendo um desafio de saúde pública, a PrEP injetável ganha relevância estratégica. Ela complementa o arsenal de ferramentas preventivas já disponíveis, incluindo preservativos, PrEP oral e testagem regular. Para informações mais completas sobre estratégias de prevenção ao HIV, consulte o site do Dr. Cesar Barros, médico infectologista especializado em HIV e doenças infecciosas.
Como Funciona a PrEP Injetável?

O mecanismo de ação da PrEP injetável é sofisticado e altamente eficaz. O PrEP injetável bloqueia especificamente a enzima integrase do HIV, impedindo que o material genético viral seja incorporado ao DNA das células humanas. Sem conseguir integrar seu código genético às nossas células, o vírus não consegue estabelecer uma infecção permanente.
Esquema de Administração
A administração começa com duas doses de iniciação aplicadas com intervalo de um mês entre elas. Após esse período inicial, o esquema passa para aplicações bimestrais de manutenção. Cada injeção é aplicada por profissional de saúde treinado na região glútea, e o procedimento é rápido, durando apenas alguns minutos.
O esquema detalhado funciona da seguinte forma:
- Dose 1: Aplicação inicial
- Dose 2: Um mês após a primeira aplicação
- Doses subsequentes: A cada 8 semanas, aproximadamente 2 meses
Antes de iniciar a PrEP injetável, é absolutamente essencial realizar um teste para confirmar que a pessoa não tem HIV. Este é um requisito de segurança fundamental, pois usar apenas o PrEP injetável quando já existe infecção pelo HIV pode levar ao desenvolvimento de resistência viral, comprometendo futuras opções de tratamento.
Durante todo o período de uso, são necessários acompanhamentos médicos regulares com um médico infectologista, que monitora a resposta ao medicamento, verifica possíveis efeitos colaterais e realiza testagens periódicas para HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis. Essa vigilância garante que a proteção esteja sendo mantida adequadamente.
Benefícios da PrEP Injetável

A PrEP injetável traz benefícios substanciais que podem transformar o cenário da prevenção ao HIV no Brasil:
Adesão Significativamente Melhorada
Um dos principais benefícios é a adesão muito superior ao tratamento. Estudos brasileiros realizados pela Fiocruz com 1.400 participantes mostraram que 94% das pessoas que escolheram a PrEP injetável compareceram pontualmente para receber suas doses no prazo correto, garantindo proteção contínua. Em contraste, aqueles que utilizaram a PrEP oral ficaram protegidos durante apenas 58% dos dias de acompanhamento.
Com doses espaçadas a cada dois meses, as pessoas eliminam completamente o risco de esquecimentos diários que comprometem a eficácia da PrEP oral. Isso representa uma diferença dramática na proteção real oferecida aos usuários.
Preferência Entre Jovens
Pesquisas de aceitação revelam que 83% dos participantes brasileiros preferiram utilizar o PrEP injetável injetável ao invés dos comprimidos diários. Entre jovens de 18 a 29 anos, a preferência é ainda mais pronunciada, principalmente pela praticidade de não precisar carregar medicamentos diariamente ou lembrar de tomar pílulas todos os dias.
Essa preferência é especialmente importante porque os jovens representam um grupo com crescente vulnerabilidade ao HIV. Adolescentes e adultos jovens frequentemente enfrentam desafios únicos relacionados à privacidade, ao estigma e à rotina irregular que dificultam o uso consistente de medicamentos diários.
Redução do Estigma
A PrEP injetável também diminui o estigma associado ao uso visível de medicamentos preventivos para HIV. Pessoas que vivem em ambientes menos acolhedores ou que temem discriminação ganham mais autonomia e discrição, já que não precisam manter frascos de comprimidos em casa ou tomar medicação diariamente diante de outras pessoas.
Impacto Projetado na Saúde Pública
Modelos epidemiológicos sugerem que, se adotado em escala nacional no Brasil, o PrEP injetável poderia prevenir centenas de milhares de novas infecções por HIV nas próximas décadas. Além da redução dramática no número de casos, isso geraria economia significativa em tratamentos antirretrovirais de longo prazo para o Sistema Único de Saúde.
Populações em situação de maior vulnerabilidade, como trabalhadores sexuais, pessoas em situação de rua e migrantes, também se beneficiam especialmente dessa modalidade. A necessidade reduzida de visitas frequentes aos serviços de saúde e a eliminação da necessidade de armazenamento adequado de medicamentos facilitam o acesso e a continuidade da proteção para esses grupos.
Comparação com a PrEP Oral
Entender as diferenças entre a PrEP injetável e oral ajuda na escolha da melhor opção para cada pessoa:
Regime de Administração
A PrEP oral, atualmente disponível gratuitamente no SUS desde 2017, exige a ingestão diária de um comprimido contendo a combinação de tenofovir e entricitabina. Essa rotina diária pode ser desafiadora para muitas pessoas, especialmente aquelas com rotinas irregulares, problemas de memória ou dificuldades em manter privacidade sobre seu status preventivo.
Já a PrEP injetável requer visitas bimestrais a um serviço de saúde para aplicação do PrEP injetável. Embora isso signifique mais visitas presenciais, seis vezes por ano versus potencialmente uma ou duas consultas de acompanhamento com a oral, muitas pessoas consideram isso mais conveniente do que a necessidade de lembrar e tomar um comprimido todos os dias.
Eficácia Comparativa
Estudos clínicos internacionais de grande escala, incluindo os ensaios HPTN 083 e HPTN 084 que reuniram mais de 7.700 participantes de 13 países, incluindo o Brasil, demonstraram que o PrEP injetável reduziu significativamente o risco de infecção pelo HIV em comparação com a PrEP oral. Nenhum participante adquiriu HIV enquanto estava em uso adequado da injeção.
É importante notar que tanto a PrEP oral quanto a injetável são altamente eficazes quando usadas corretamente e de forma consistente. A grande diferença reside na adesão: a versão injetável naturalmente garante melhor aderência porque elimina a possibilidade de esquecimento diário.
Disponibilidade e Acesso
Atualmente, existe uma diferença significativa no acesso entre as duas modalidades. A PrEP oral está disponível gratuitamente em centenas de serviços do SUS em todo o Brasil desde 2018. Qualquer pessoa elegível pode procurar um serviço de saúde e iniciar a profilaxia oral sem custos.
A PrEP injetável está disponível na rede privada desde agosto de 2025. A incorporação da PrEP injetável ao SUS está em avaliação pela Conitec, Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS, e a expectativa é que negociações com o Ministério da Saúde possam viabilizar a inclusão nos próximos anos, ampliando significativamente o acesso.
Escolha Personalizada
Em conclusão, a escolha entre PrEP oral e injetável depende do perfil, necessidades e circunstâncias individuais de cada pessoa. Fatores como rotina diária, capacidade de aderência a medicamentos orais, questões de privacidade, acesso e preferência pessoal devem ser considerados.
Consultar um médico infectologista especializado é fundamental para avaliar qual modalidade se adequa melhor ao seu caso específico e garantir que você receba a orientação adequada sobre uso, acompanhamento e outras estratégias complementares de prevenção.
Quem Pode Usar a PrEP Injetável?
A PrEP injetável foi aprovada para uso em adultos e adolescentes a partir de 12 anos de idade, com peso mínimo de 35 kg. No entanto, a elegibilidade vai além desses critérios básicos e considera principalmente o nível de risco de exposição ao HIV.
Critérios de Elegibilidade
Para ser elegível à PrEP injetável, a pessoa deve:
- Não ter HIV: É essencial confirmar através de testes que a pessoa não está infectada pelo vírus. Usar PrEP quando já se tem HIV pode levar ao desenvolvimento de resistência viral.
- Estar em situação de maior risco: Isso inclui pessoas que:
- Têm parceiros sexuais vivendo com HIV que não estão em tratamento ou com carga viral indetectável
- Não usam preservativos consistentemente em suas relações sexuais
- Tiveram episódios recentes de infecções sexualmente transmissíveis
- Usaram PEP, Profilaxia Pós-Exposição, repetidamente
- Compartilham equipamentos para uso de drogas injetáveis
- Pertencer a populações-chave: O Ministério da Saúde identifica grupos com maior vulnerabilidade ao HIV, incluindo:
- Homens que fazem sexo com homens
- Pessoas trans e não-binárias
- Trabalhadores e trabalhadoras sexuais
- Pessoas privadas de liberdade
- Usuários de drogas injetáveis
Grupos Que Mais Se Beneficiam
No contexto brasileiro, a epidemia de HIV é concentrada em determinados segmentos populacionais. Pessoas em regiões de alta incidência, aqueles que enfrentam barreiras de acesso a outras formas de prevenção, e indivíduos em situações de vulnerabilidade social se beneficiam especialmente da PrEP injetável.
Jovens entre 18 e 30 anos representam um grupo prioritário, já que mais de 40% dos casos novos de HIV em 2023 ocorreram em homens nessa faixa etária. A praticidade da versão injetável pode ser particularmente atrativa para esse grupo demográfico.
Avaliação Médica Necessária
É fundamental consultar um infectologista para avaliação completa antes de iniciar a PrEP injetável. O médico irá:
- Realizar testes para HIV e outras ISTs
- Avaliar a função renal e hepática
- Discutir o histórico sexual e fatores de risco
- Explicar como usar a PrEP de forma eficaz
- Estabelecer um cronograma de acompanhamento
A PrEP não substitui outras medidas preventivas. O uso de preservativos continua sendo recomendado para proteção contra outras infecções sexualmente transmissíveis, e testagens regulares permanecem essenciais.
Efeitos Colaterais e Considerações de Segurança
Como qualquer intervenção médica, a PrEP injetável pode causar alguns efeitos colaterais, embora a maioria das pessoas tolere o tratamento muito bem.
Reações Locais no Local da Injeção
O efeito colateral mais comum é a reação no local da injeção, que pode incluir:
- Dor ou sensibilidade
- Inchaço leve
- Endurecimento temporário do músculo
- Pequenos nódulos que geralmente desaparecem em algumas semanas
Essas reações são geralmente leves e transitórias, resolvendo-se espontaneamente sem necessidade de tratamento. Aplicar compressas frias pode ajudar a aliviar o desconforto inicial.
Efeitos Sistêmicos
Alguns usuários podem experimentar:
- Fadiga leve
- Náuseas ocasionais
- Dor de cabeça
- Tonturas leves
A maioria desses sintomas, quando ocorrem, são leves e tendem a diminuir com o tempo. Estudos clínicos indicam baixa taxa de descontinuação devido a efeitos adversos, o que demonstra que os benefícios geralmente superam os riscos para a grande maioria dos usuários.
Monitoramento Médico Regular
Durante o uso da PrEP injetável, é essencial manter acompanhamento médico regular. As consultas de acompanhamento permitem:
- Monitorar a resposta ao medicamento
- Realizar testes periódicos para HIV, a cada aplicação
- Rastrear outras ISTs
- Avaliar função renal e hepática
- Discutir quaisquer sintomas ou preocupações
- Ajustar o plano de prevenção conforme necessário
Contraindicações
A PrEP injetável não é recomendada para pessoas que:
- Já têm infecção por HIV
- Têm alergia conhecida ao PrEP injetável ou outros componentes da formulação
- Apresentam condições médicas específicas que contraindicam o uso, a ser avaliado pelo médico
Gravidez e Amamentação
A segurança do PrEP injetável durante a gravidez ainda está sendo estudada. Mulheres que estão grávidas, planejam engravidar ou estão amamentando devem discutir com seu médico os riscos e benefícios. A PrEP oral pode ser uma opção mais apropriada nesses casos, já que tem mais dados de segurança estabelecidos.
Interações Medicamentosas
É importante informar seu médico sobre todos os medicamentos, suplementos e produtos naturais que você usa, pois podem existir interações. Alguns medicamentos podem afetar os níveis de PrEP injetável no sangue ou ter sua própria eficácia alterada.
Para informações oficiais adicionais sobre PrEP e segurança, o Ministério da Saúde do Brasil oferece recursos atualizados baseados em evidências científicas.
Disponibilidade da PrEP Injetável no Brasil
A jornada da PrEP injetável no Brasil reflete tanto os avanços científicos quanto os desafios de acesso a inovações em saúde.
Linha do Tempo
- Junho de 2023: A Anvisa aprova o uso do PrEP injetável no Brasil
- Agosto de 2025: O medicamento chega ao mercado privado brasileiro
- Setembro de 2025: A Conitec inicia avaliação para possível incorporação ao SUS
Acesso na Rede Privada
Desde agosto de 2025, a PrEP injetável está disponível em farmácias, clínicas e consultórios médicos privados em todo o Brasil. O investimento necessário é significativo para a maioria dos brasileiros.
Algumas clínicas e farmácias oferecem serviços complementares, como:
- Entrega em domicílio do medicamento
- Aplicação por profissionais especializados
- Programas de acompanhamento médico
- Facilidades de pagamento
Situação no SUS
Atualmente, o SUS oferece gratuitamente apenas a PrEP oral em centenas de serviços de saúde em todo o país. O Ministério da Saúde informou que o Brasil atingiu 184.619 usuários de PrEP em 2025, demonstrando o sucesso e a expansão do programa de PrEP oral.
A incorporação da PrEP injetável ao SUS está em análise pela Conitec, que avalia critérios científicos e econômicos, além de realizar consultas públicas. Este processo é essencial para garantir que a decisão de incorporar novas tecnologias seja baseada em evidências robustas e sustentabilidade financeira.
O Ministério da Saúde tem apoiado a pesquisa ImPrEP CAB, realizada pela Fundação Oswaldo Cruz em seis cidades brasileiras, para avaliar a implementação prática do PrEP injetável. Os resultados positivos desse estudo podem fortalecer o caso para incorporação no sistema público.
Perspectiva Internacional
O Brasil não está sozinho nessa jornada. Países como Estados Unidos, Quênia, África do Sul e outros já incorporaram a PrEP injetável em seus programas nacionais de prevenção ao HIV. A experiência desses países demonstra que a implementação em larga escala é viável e efetiva.
Alianças globais, como a parceria entre a ViiV Healthcare e o Medicines Patent Pool, têm trabalhado para expandir o acesso ao PrEP injetável em países de baixa e média renda, incluindo negociações para reduzir custos e facilitar a produção de genéricos.
O Contexto Epidemiológico Brasileiro
Em 2023, o Brasil registrou 46.495 novos casos de HIV, demonstrando que a epidemia continua sendo um desafio significativo de saúde pública. A PrEP injetável representa uma ferramenta adicional importante nesse cenário, especialmente considerando os desafios de adesão observados com a PrEP oral.
O histórico brasileiro de liderança no enfrentamento ao HIV e AIDS, incluindo a oferta universal de antirretrovirais desde os anos 1990, cria uma base sólida de expectativa para que o país também lidere na incorporação de novas tecnologias preventivas.
O Futuro da PrEP Injetável e da Prevenção ao HIV
O horizonte da prevenção ao HIV está em constante evolução, com novas tecnologias e abordagens promissoras no pipeline científico.
Inovações em Desenvolvimento
Além do PrEP injetável bimestral, pesquisadores estão desenvolvendo e testando opções ainda mais convenientes:
- Lenacapavir: Um medicamento que oferece proteção por até seis meses com uma única injeção subcutânea. Ensaios clínicos recentes mostraram eficácia impressionante, especialmente em mulheres, e essa pode ser a próxima geração de PrEP de ação prolongada.
- Anéis vaginais: Dispositivos que liberam antirretrovirais continuamente por períodos prolongados, oferecendo às mulheres mais controle sobre sua própria proteção.
- Implantes subdérmicos: Similares aos implantes contraceptivos, que poderiam oferecer proteção por períodos de um ano ou mais.
O Caminho para Incorporação no SUS
A incorporação da PrEP injetável no SUS depende de vários fatores:
- Evidências científicas robustas: Os dados do estudo ImPrEP CAB e de estudos internacionais fornecem base sólida para a eficácia e viabilidade da implementação.
- Negociações de preço: Negociações para redução significativa de preços são essenciais, seguindo o modelo bem-sucedido usado para antirretrovirais.
- Estrutura de implementação: O SUS precisará desenvolver infraestrutura para aplicação regular das injeções, treinamento de profissionais e logística de distribuição.
- Priorização estratégica: Identificar populações que mais se beneficiariam da versão injetável pode permitir implementação faseada e custo-efetiva.
Papel da Educação e Conscientização
O sucesso de qualquer estratégia de prevenção ao HIV depende fundamentalmente de educação e conscientização. Campanhas de informação pública são cruciais para:
- Desmistificar a PrEP e combater o estigma
- Informar sobre opções disponíveis de prevenção
- Encorajar testagem regular
- Promover abordagens de prevenção combinada
Profissionais de saúde, incluindo infectologistas especializados, desempenham papel central nessa educação, fornecendo informações precisas e atualizadas aos pacientes e à comunidade.
Visão para o Futuro
Especialistas em saúde pública preveem que, com investimentos adequados e compromisso político, o Brasil pode alcançar reduções dramáticas nas taxas de novas infecções por HIV. A meta do UNAIDS de acabar com a epidemia de AIDS como ameaça à saúde pública até 2030 é ambiciosa, mas alcançável com as ferramentas certas.
A PrEP injetável é uma dessas ferramentas essenciais. Combinada com testagem ampliada, tratamento universal para pessoas vivendo com HIV, alcançando o conceito de indetectável igual a intransmissível ou I=I, educação sexual abrangente e combate ao estigma, ela pode contribuir significativamente para esse objetivo.
O Conceito Indetectável = Intransmissível
É importante destacar que o tratamento do HIV também é uma forma eficaz de prevenção. Quando uma pessoa vivendo com HIV mantém carga viral indetectável através do tratamento antirretroviral adequado por pelo menos seis meses, ela não transmite o vírus sexualmente. Este conceito, conhecido como I=I ou Indetectável = Intransmissível, foi confirmado por grandes estudos científicos e é reconhecido pelo UNAIDS e pelo Ministério da Saúde do Brasil.
Esse conhecimento é revolucionário tanto para a saúde individual das pessoas vivendo com HIV quanto para a saúde pública, pois demonstra que o tratamento efetivo interrompe a cadeia de transmissão do vírus.
Pesquisa Contínua
A pesquisa sobre PrEP e prevenção ao HIV continua avançando. Estudos em andamento investigam:
- Estratégias de implementação mais eficazes
- Abordagens para populações específicas
- Métodos para melhorar ainda mais a adesão
- Novas formulações e vias de administração
- Integração com outros serviços de saúde
Conclusão
A PrEP injetável representa uma transformação significativa na prevenção ao HIV, oferecendo uma alternativa conveniente, eficaz e de alta adesão para pessoas em risco de infecção. Com sua capacidade comprovada de reduzir dramaticamente o risco de aquisição do HIV e sua preferência marcante entre usuários, especialmente jovens, o PrEP injetável tem potencial para mudar o panorama da epidemia no Brasil.
No contexto brasileiro, onde a PrEP injetável chegou ao mercado privado em 2025 mas ainda aguarda incorporação ao SUS, estamos em um momento crucial. A expectativa é que negociações bem-sucedidas possam ampliar o acesso a essa tecnologia para as populações que mais dela necessitam, reafirmando o compromisso histórico do Brasil com a universalidade no enfrentamento ao HIV e AIDS.
É fundamental lembrar que nenhuma estratégia preventiva funciona isoladamente. A PrEP injetável é mais eficaz quando combinada com outras medidas de prevenção combinada, incluindo uso de preservativos, testagem regular para HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis, e acesso a cuidados de saúde adequados.
Se você está considerando a PrEP injetável ou deseja saber mais sobre opções de prevenção ao HIV, consulte um médico infectologista especializado. O Dr. Cesar Barros, CRM/SP 138.594, é especialista em infectologia e oferece atendimento personalizado para orientação sobre PrEP e outras estratégias de prevenção ao HIV.
A prevenção ao HIV é uma responsabilidade compartilhada que exige informação de qualidade, acesso a tecnologias eficazes e suporte profissional adequado. Mantenha-se informado, cuide da sua saúde sexual e procure orientação médica sempre que tiver dúvidas ou preocupações relacionadas ao HIV.
Fontes e Referências Oficiais:

